O
México, com uma área de 1.972.547 km² e com uma população de 113,7 milhões de
habitantes, segundo estimativas de 2011, está dividido em 31 estados mais o
Distrito Federal, no qual está localizada a segunda cidade mais populosa da
América, a Cidade do México. O país, destino de eleição de muitos turistas,
nomeadamente de portugueses, apresenta uma riquíssima cultura que, ao contrário
do que se possa pensar, conseguiu resistir e sobreviver às mudanças que o atual
território do México sofreu ao longo dos últimos 500 anos. As civilizações Maia,
Azteca, Zapoteca…desapareceram e as suas cidades e templos ficaram esquecidos no tempo,
encobertos por uma vegetação que tudo ocultou e escondeu. Mas se os impérios
desvaneceram-se, os povos que deles fizeram parte conseguiram que a sua
cultura, a sua identidade enquanto povo, resistisse ao tempo – não
desapareceram, eles coexistem com o estilo e modos de vida da sociedade "moderna" do
século XXI.
Em
todo o território mexicano existem 57 grupos indígenas, sendo o estado de
Oaxaca o que apresenta maior número de
comunidades – 15 grupos. Na região do sudeste, na qual se incluiu a península
do Yucatão, subsistem 22 grupos.
Exteriormente,
as comunidades indígenas diferenciam-se através dos seus trajes típicos.
No estado de Oaxaca, cuja população é 90% indígena, predominam os Zapotecas e os Mixtecas. As comunidades ainda vivem num grande isolamento, fruto de uma precária, ou em mesmo inexistente, rede de vias de comunicação. Com estradas de terra batida como principal via de circulação, o burro continua a ter primazia como meio de locomoção. As comunidades mantêm uma estrutura social muito própria, rejeitando frequentemente a autoridade do governo federal.
Representam
as comunidades mais pobres do país, vivendo quase exclusivamente do turismo.
Devido ao isolamento em que vivem e à falta de apoios no sector da saúde, as
mulheres ainda continuam a fazer os partos tal como os Zapotecas os faziam: de
pé.
Com
o castelhano como língua oficial, cada comunidade possui o seu dialecto.
No
estado de Chiapas, nome de um grupo indígena, o dialecto predominante é o maia,
apesar de subsistirem múltiplos dialectos. Possuidor de uma grande riqueza em
recursos naturais, nomeadamente em petróleo, as comunidades deste estado, em
conjunto com as de Oaxaca, são das mais pobres do país.
Todas
as comunidades têm à entrada da aldeia uma cruz com um ramo de pinheiro, em que
a cruz simboliza o Universo.
Na
comunidade de Chamula, a estrutura social e cultural apresenta características
muito específicas: um código moral e penal próprio; os conflitos e as divergências
entre habitantes, assim como todas as questões jurídicas, são colocadas perante
um tribunal de anciãos, e só a ele cabe tomar uma decisão; o policiamento é
feito por um corpo policial escolhido pelo conselho de anciãos; não permitem
que sejam fotografados, uma vez que crêem que as fotografias captam a alma das pessoas.
As
mulheres e as crianças não vão ao centro de saúde, continuando a recorrer aos
métodos tradicionais, tais como ao xamã da aldeia. Os habitantes acreditam que
quando se está doente o Nagual (alma)
também está enfermo, pelo que o curandeiro é chamado a investigar a causa da
enfermidade do Nagual: o primeiro
passo do curandeiro é pegar no pulso e, tomando uma bebida, proceder ao rito de
limpeza dos males do corpo; se o doente não melhorar depois da purificação do
corpo, sacrifica-se uma galinha no templo e acendem-se velas de várias cores,
em que cada cor corresponde a um pedido.
Em
Chamula, os rituais de xamanismo harmonizam-se com os ritos católicos, pelo que os
xamãs praticam estes rituais no interior da igreja cristã, podendo estes
decorrer simultaneamente com cerimónias católicas. Nesta comunidade o baptizado
constituiu um dos poucos rituais católicos aceites pela população.
Mas mesmo estas comunidades estão abertas aos produtos das sociedades modernas: a
marca coca-cola está totalmente instalada nas comunidades de Chiapas,
constituindo não só um elemento decorativo das fachadas de casas como substituiu
as bebidas tradicionais utilizadas nos rituais de xamanismo!
Os elementos que escassamente procuram retratar as comunidades indígenas de dois estados foram todos recolhidos e registados durante uma viagem.
esta muito interessante e tem muito boa informação
ResponderEliminarah grande texto senhora professora Carmen Fonseca :)
ResponderEliminarbeijinhos da sua adorada e querida aluna Catarina da Silva Tavares ♥