quinta-feira, 12 de abril de 2012

Culturas antigas num mundo globalizante


O México, com uma área de 1.972.547 km² e com uma população de 113,7 milhões de habitantes, segundo estimativas de 2011, está dividido em 31 estados mais o Distrito Federal, no qual está localizada a segunda cidade mais populosa da América, a Cidade do México. O país, destino de eleição de muitos turistas, nomeadamente de portugueses, apresenta uma riquíssima cultura que, ao contrário do que se possa pensar, conseguiu resistir e sobreviver às mudanças que o atual território do México sofreu ao longo dos últimos 500 anos. As civilizações Maia, Azteca, Zapoteca…desapareceram e as suas cidades e templos ficaram esquecidos no tempo, encobertos por uma vegetação que tudo ocultou e escondeu. Mas se os impérios desvaneceram-se, os povos que deles fizeram parte conseguiram que a sua cultura, a sua identidade enquanto povo, resistisse ao tempo – não desapareceram, eles coexistem com o estilo e modos de vida da sociedade "moderna" do século XXI.

Em todo o território mexicano existem 57 grupos indígenas, sendo o estado de Oaxaca o que  apresenta maior número de comunidades – 15 grupos. Na região do sudeste, na qual se incluiu a península do Yucatão, subsistem 22 grupos.
 Exteriormente, as comunidades indígenas diferenciam-se através dos seus trajes típicos.

 No estado de Oaxaca, cuja população é 90% indígena, predominam os Zapotecas e os Mixtecas. As comunidades ainda vivem num grande isolamento, fruto de uma precária, ou em mesmo inexistente, rede de vias de comunicação. Com estradas de terra batida como principal via de circulação, o burro continua a ter  primazia como  meio de locomoção. As comunidades mantêm uma estrutura social muito própria, rejeitando frequentemente a autoridade do governo federal.
Representam as comunidades mais pobres do país, vivendo quase exclusivamente do turismo. Devido ao isolamento em que vivem e à falta de apoios no sector da saúde, as mulheres ainda continuam a fazer os partos tal como os Zapotecas os faziam: de pé.
Com o castelhano como língua oficial, cada comunidade possui o seu dialecto.

 No estado de Chiapas, nome de um grupo indígena, o dialecto predominante é o maia, apesar de subsistirem múltiplos dialectos. Possuidor de uma grande riqueza em recursos naturais, nomeadamente em petróleo, as comunidades deste estado, em conjunto com as de Oaxaca, são das mais pobres do país.
Todas as comunidades têm à entrada da aldeia uma cruz com um ramo de pinheiro, em que a cruz simboliza o Universo.
Na comunidade de Chamula, a estrutura social e cultural apresenta características muito específicas: um código moral e penal próprio; os conflitos e as divergências entre habitantes, assim como todas as questões jurídicas, são colocadas perante um tribunal de anciãos, e só a ele cabe tomar uma decisão; o policiamento é feito por um corpo policial escolhido pelo conselho de anciãos; não permitem que sejam fotografados, uma vez que crêem que as fotografias captam a alma das pessoas.
As mulheres e as crianças não vão ao centro de saúde, continuando a recorrer aos métodos tradicionais, tais como ao xamã da aldeia. Os habitantes acreditam que quando se está doente o Nagual (alma) também está enfermo, pelo que o curandeiro é chamado a investigar a causa da enfermidade do Nagual: o primeiro passo do curandeiro é pegar no pulso e, tomando uma bebida, proceder ao rito de limpeza dos males do corpo; se o doente não melhorar depois da purificação do corpo, sacrifica-se uma galinha no templo e acendem-se velas de várias cores, em que cada cor corresponde a um pedido.
 Em Chamula, os rituais de xamanismo harmonizam-se com os ritos católicos, pelo que os xamãs praticam estes rituais no interior da igreja cristã, podendo estes decorrer simultaneamente com cerimónias católicas. Nesta comunidade o baptizado constituiu um dos poucos rituais católicos aceites pela população.

Mas mesmo estas comunidades estão abertas aos produtos das sociedades modernas: a marca coca-cola está totalmente instalada nas comunidades de Chiapas, constituindo não só um elemento decorativo das fachadas de casas como substituiu as bebidas tradicionais utilizadas nos rituais de xamanismo!

     



Os elementos que escassamente procuram retratar as comunidades indígenas de dois estados foram todos recolhidos e registados durante uma viagem.

2 comentários:

  1. esta muito interessante e tem muito boa informação

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  2. ah grande texto senhora professora Carmen Fonseca :)
    beijinhos da sua adorada e querida aluna Catarina da Silva Tavares ♥

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