Exteriormente,
as comunidades indígenas diferenciam-se através dos seus trajes típicos.
No estado de Oaxaca, cuja população é 90% indígena, predominam os Zapotecas e os Mixtecas. As comunidades ainda vivem num grande isolamento, fruto de uma precária, ou em mesmo inexistente, rede de vias de comunicação. Com estradas de terra batida como principal via de circulação, o burro continua a ter primazia como meio de locomoção. As comunidades mantêm uma estrutura social muito própria, rejeitando frequentemente a autoridade do governo federal.
Representam
as comunidades mais pobres do país, vivendo quase exclusivamente do turismo.
Devido ao isolamento em que vivem e à falta de apoios no sector da saúde, as
mulheres ainda continuam a fazer os partos tal como os Zapotecas os faziam: de
pé.
Com
o castelhano como língua oficial, cada comunidade possui o seu dialecto.
No
estado de Chiapas, nome de um grupo indígena, o dialecto predominante é o maia,
apesar de subsistirem múltiplos dialectos. Possuidor de uma grande riqueza em
recursos naturais, nomeadamente em petróleo, as comunidades deste estado, em
conjunto com as de Oaxaca, são das mais pobres do país.
Todas
as comunidades têm à entrada da aldeia uma cruz com um ramo de pinheiro, em que
a cruz simboliza o Universo.
Na
comunidade de Chamula, a estrutura social e cultural apresenta características
muito específicas: um código moral e penal próprio; os conflitos e as divergências
entre habitantes, assim como todas as questões jurídicas, são colocadas perante
um tribunal de anciãos, e só a ele cabe tomar uma decisão; o policiamento é
feito por um corpo policial escolhido pelo conselho de anciãos; não permitem
que sejam fotografados, uma vez que crêem que as fotografias captam a alma das pessoas.
As
mulheres e as crianças não vão ao centro de saúde, continuando a recorrer aos
métodos tradicionais, tais como ao xamã da aldeia. Os habitantes acreditam que
quando se está doente o Nagual (alma)
também está enfermo, pelo que o curandeiro é chamado a investigar a causa da
enfermidade do Nagual: o primeiro
passo do curandeiro é pegar no pulso e, tomando uma bebida, proceder ao rito de
limpeza dos males do corpo; se o doente não melhorar depois da purificação do
corpo, sacrifica-se uma galinha no templo e acendem-se velas de várias cores,
em que cada cor corresponde a um pedido.
Em
Chamula, os rituais de xamanismo harmonizam-se com os ritos católicos, pelo que os
xamãs praticam estes rituais no interior da igreja cristã, podendo estes
decorrer simultaneamente com cerimónias católicas. Nesta comunidade o baptizado
constituiu um dos poucos rituais católicos aceites pela população.
Os elementos que escassamente procuram retratar as comunidades indígenas de dois estados foram todos recolhidos e registados durante uma viagem.
esta muito interessante e tem muito boa informação
ResponderEliminarah grande texto senhora professora Carmen Fonseca :)
ResponderEliminarbeijinhos da sua adorada e querida aluna Catarina da Silva Tavares ♥