Portugal é um país, à semelhança de tantos outros
países europeus, que se caracteriza por um contínuo agravamento do
envelhecimento da população e para o qual não apresenta respostas credíveis.
Desde o ano de 2002 (último ano em que
Portugal registou valores iguais ou superiores a 1,5) que o índice sintético de
fecundidade oscila entre os 1,3 e os 1,4 filhos por mulher. 1,32 e 1,37 foram os
valores registados em 2009 e 2010, valores que ficam muito aquém do mínimo
necessário para assegurar a renovação das gerações: 2,1 filhos por mulher -
índice de renovação de gerações.
A taxa de natalidade, acompanhando o
comportamento do índice de fecundidade, tem registado valores igualmente muito
baixos. Nos últimos 5 anos, exceptuando o de 2007, em que ambas as taxas
apresentam iguais valores - 9,8‰, a taxa de natalidade tem registado
valores inferiores aos da taxa de mortalidade: em 2010 a taxa de natalidade foi de 9,5‰ enquanto que a de
mortalidade foi de 10,0‰. A título comparativo, em 2000, último ano em que a taxa de natalidade
registou valores acima dos 11‰, a taxa de natalidade foi de 11,7‰ e a da mortalidade
de 10,3‰, o que perfez uma taxa de crescimento natural baixa, mas ainda positiva.
Ao contrário da taxa de natalidade, que tem
sofrido um decréscimo constante, a esperança de vida em Portugal tem aumentado significativamente.
Em 1970, a esperança de vida à nascença era de 67,13 anos (63,99 no sexo
masculino e 70,25 no sexo feminino); no ano de 1980 aumentou para 71,07 (observando-se
um maior aumento no sexo feminino, que passou para os 74,81 enquanto que a do
sexo masculino ficou nos 67,81 anos); em 2000 já era de 76,40 anos (72,89 nos
homens e 79,90 anos nas mulheres) e entre 2008 e 2010 Portugal já é um país com
uma esperança de vida de 82,05 anos nas mulheres e de 76,14 nos homens (média de 79,20 anos).
Com uma esperança de vida à nascença elevada, e com tendência a aumentar, e uma taxa de crescimento natural negativa, e sem perspetivas de uma mudança neste indicador, Portugal necessita de refletir profundamente sobre o seu futuro demográfico, identificando linhas de acção que criem situações que promovam uma mudança do comportamento da natalidade e infra-estruturas que assegurem condições de vida dignas a uma população cada vez mais idosa e sem recursos que lhes permita auto sustentar-se.
Com uma esperança de vida à nascença elevada, e com tendência a aumentar, e uma taxa de crescimento natural negativa, e sem perspetivas de uma mudança neste indicador, Portugal necessita de refletir profundamente sobre o seu futuro demográfico, identificando linhas de acção que criem situações que promovam uma mudança do comportamento da natalidade e infra-estruturas que assegurem condições de vida dignas a uma população cada vez mais idosa e sem recursos que lhes permita auto sustentar-se.
Criar uma sociedade que nos permita rebater o
pensamento de François
Chateaubriand, “Outrora,
a velhice era uma dignidade; hoje, ela é um peso”, deve
representar uma das prioridades sociais e demográficas do nosso país.
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